FHC pegou o Brasil com graves problemas internos. As duas principais modificações do FHC foram o Plano Real (criando quando ele ainda era Ministro da Economia do Presidente Itamar Franco) e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que acabou com a farra de prefeitos e governadores que gastavam feito loucos e deixavam o sucessor sem dinheiro nem para honrar a folha de pagamento durante o mandato inteiro. FHC levou 8 anos para colocar este país em ordem. Enfrentou crises internacionais consecutivas (Crises dos Tigres Asiáticos, Crise da Rússia, Crise do México, Crise da Argentina e Crise do 11 de Setembro) e algumas crises nacionais (Crises Energética e Crise da Eleição do Lula). Para ilustrar, FHC foi capitão de um barco com furos no casco e rasgos nas velas e teve que navegar enfrentando várias tempestades. É claro que os passageiros (o povo) sofreram muito e reclamaram com razão.
O Lula pegou o Brasil ajustado. Para sua sorte, não enfrentou crises graves (foi eleito em 2002, reeleito em 2006 e a Super-Crise de 2008 não atingiu os BRICS diretamente). Aliás, o período de 2002 a 2008 foi extremamente favorável para os países em desenvolvimento. Foi até criada a expressão BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para identificar os países que mais cresceram no período. Curiosamente, o Brasil foi o país que menos cresceu no grupo graças a nossa carga tributária astronômica, nossa burocracia kafkaniana, nossa falta de estrutura em todas as áreas e, por que não nossa falta de seriedade e corrupção. Todos estes problemas não foram reduzidos pelo Lula, que deixou apenas projetos em fase embrionária para a companheira Dilma.
Ainda usando a ilustração do navio, Lula, como capitão, assumiu um barco com casco consertado e velas remendadas, navegou por mares calmos com vento a favor, mas sua capacidade de navegar fez com que o Brasil fosse o mais lento de seu grupo. Os passageiros não reclamaram, muito pelo contrário, adoraram, porque estavam acostumados com desgraça, e ainda o Lula distribuiu um sanduíche de mortadela para as classes inferiores (o Bolsa Família).
Fica evidente que o Brasil cresceu muito na gestão Lula, e, com o crescimento da economia, cresce também a arrecadação. E o Lula surfou nesta onde de crescimento e fartura.